poesia de Margarete Solange
Quem me dera pudesse trocar,
Quem me dera pudesse trocar,
Reformar ou abandonar
Essa metade de mim
Que se enfada, reclama,
Não resiste, dá lugar à ira...
E diz coisas sinceras
Que ferem e magoam...
Essa metade que não consegue ser boa,
Lado ruim que, ao perceber nas pessoas,
Com veemência, critico
E recuso-me a tolerar.
Ah, eu queria ser somente
Esse meu lado solícito,
Que ri da adversidade,
Persevera sem se queixar,
Comemora vitórias,
Se pudesse prometer e cumprir
Seria justa e boa,
Para ser por todos aceita e amada.
Ah, como lamento que
Esse meu lado moderado...
Embora, por vezes, pareça inteiro,
É simplesmente uma outra
Metade de mim.
Fonte: Margarete Solange.
Inventor de Poesia:
Versos Líricos.
Versos Líricos.
Queima-bucha,
2010, p.15
2010, p.15