Poesia de Cecília
Meireles
O mosquito pernilongo
trança as pernas, faz um M,
depois, treme, treme, treme,
faz um O bastante oblongo,
faz um S.
O mosquito sobe e desce.
Com artes que ninguém vê,
faz um Q,
faz um U, e faz um I.
Este mosquito
esquisito
cruza as patas, faz um T.
E aí,
se arredonda e faz outro O,
mais bonito.
Oh!
Já não é analfabeto,
esse inseto,
pois sabe escrever seu nome.
Mas depois vai procurar
alguém que possa picar,
pois escrever cansa,
não é, criança?
E ele está com muita fome.
trança as pernas, faz um M,
depois, treme, treme, treme,
faz um O bastante oblongo,
faz um S.
O mosquito sobe e desce.
Com artes que ninguém vê,
faz um Q,
faz um U, e faz um I.
Este mosquito
esquisito
cruza as patas, faz um T.
E aí,
se arredonda e faz outro O,
mais bonito.
Oh!
Já não é analfabeto,
esse inseto,
pois sabe escrever seu nome.
Mas depois vai procurar
alguém que possa picar,
pois escrever cansa,
não é, criança?
E ele está com muita fome.
imagem1 |
.
imagem 2 |
A grande Poeta Cecília Benevides de Carvalho Meireles ou tão somente Cecília Meireles, nasceu em 7 de novembro de 1901, no Rio de Janeiro. Órfã ainda criança, foi educada pela avó materna. Professora primária formada em 1917, dedicou-se ao magistério. Em 1919 publicou seu primeiro livro de poesias, Espectros, de tendência parnasiana. A partir dos livros Viagem (1939) e Vaga Música (1942), alcançou a maturidade literária, inspirando-se principalmente no simbolismo. Seu estilo, extremamente pessoal, dificulta a classificação de sua obra em uma escola literária específica, no entanto, o nome dessa ilustre poeta fulgura entre os principais autores do modernismo. Lírica, intimista e mística, abordou os temas da precariedade da vida, do amor, da morte e da fugacidade do tempo
Fonte Cecilia Meireles. Ou isto ou aquilo.
Nova Fronteira, 9ªedição 2002.
1. site dessa imagem
2. site dessa imagem