Resenha do livro O Velho e a Menina
O romance “O Velho e a menina” é uma história apaixonante. O
ambicioso Ilmar deseja chegar ao topo da hierarquia militar, deseja ser rico,
poderoso. É próspero em tudo que faz. Aos 12 anos foge de casa, morava em
Araruna, município do agreste paraibano, cidade serrana. Queria saber mais
sobre a guerra por isso foi se aventurar em Natal. Para crescer na vida, estava
disposto a tudo, pisava os fracos, se aliava aos poderosos. Traiu o amigo,
tomou-lhe a namorada. Iria casar e ter muitos filhos. Em breve seria sargento,
mas o destino deu-lhe uma rasteira e o fez literalmente cair ao chão. Seus
sonhos foram castrados e desde então viveu solitário, enclausurado em seu
pequeno mundo, onde somente autores e livros tinha permissão para entrar. Hemingway
era seu amigo mais chegado, com ele costumava conversar em sua meditações contemplando
o vai e vem das ondas do mar no entardecer. Com frequência, relembrava o trecho
da história O velho e mar na qual o velho Santiago conseguia fisgar o seu grande
peixe. O velho Santiago era admirável, enquanto ele, o velho Ilmar, não era
mais. E ele nem era tão velho assim, a velhice chegou para ele prematuramente.
Qualquer dia a morte bateria a sua porta e o levaria com ela; não iria resistir, iria segui-la submisso. Lamentava o fato de que nada deixaria que registrasse a sua passagem sobre a terra. Era um fraco, um homem medíocre, assim pensava até que
conheceu uma menina alegre, cheia de vida que o fez novamente acreditar que
valia a pena sonhar e lutar para alcançar a realização de todos os seus sonhos,
mesmo aqueles que lhe pareciam impossíveis.
Sinopse da
contra capa do livro
O amor pela menina fez o velho aprender a
sonhar novamente. E o sonhar impulsiona o homem a sentir-se capaz. A vida
precisa dos sonhos para ser melhor vivida. Não importa se esses sonhos são
possíveis ou impossíveis: é preciso ousar! O desesperançado é somente um
fantasma sem voz, sem alma, sem rumo. É natural do ser humano querer ser
admirado por seus feitos, e ser considerado grande mesmo na sua pequenez. E para
ser grande é preciso perseguir os ideais até alcançá-los, ou morrer lutando sem
desistir jamais da batalha.
Garras
Esse medo
que temos
De tentar
e fracassar
Muitas
vezes nos derrota.
Somos
capazes,
Mas ele
diz que não somos,
E
preferimos acreditar nele,
Duvidando
de nós mesmos.
O homem
pode ter asas
Em sua
imaginação,
E garras
como as águias,
Senhoras
das alturas.
Se
acreditar que é capaz...
Margarete Solange
Trecho do Prefácio
de José Roberto Alves Barbosa
.
Santiago e Ilmar, dois velhos. Ambos aprenderam a enfrentar
as agruras da vida com resignação. Ilmar também teve os seus sonhos
literalmente castrados. O amor desiludido, a dialética relação entre a
esperança e o desencantamento permeava sua mente. Ouvi de Santiago, pelas palavras de um homem, mas foi uma mulher que me contou
de Ilmar. Margarete destacou dilemas e frustrações do velho angustiado. Todo
velho, às margens de uma praia, adora contar
estórias! Mas com Ilmar era diferente. Contar estórias era como lançar sementes
na terra. Participar do processo criador. Construir, ao mesmo tempo, sonhos e
ilusões. Celebrar a vida.
Trecho do Posfácio
Li O
velho e o mar, numa versão traduzida para o português, e isso limitava o meu
campo de visão. Chamou-me a atenção o fato de que alguns colegas tinham
opiniões contrastantes na análise dessa obra.
[...]
A
velhice é inquietante porque limita os passos do homem e anuncia-lhe a morte, e
ele não tem como deixar de ir ao seu encontro, a menos que a morte o encontre
primeiro.
Essas
e outras reflexões se avolumaram em meus pensamentos e, assim, a semente estava
plantada. Dia a dia foram surgindo mais elementos para o nascimento de um outro
velho. A fonética contribuiu para escolha do nome. Um amigo admirável de bom
coração se chamava Ilmar; então esse nome me chegou trazido pelo vento. E
embora o Ilmar que eu conheço não seja em nada parecido com o personagem que
criei, peguei-lhe o nome emprestado.
Trabalhei
algum tempo criando o enredo, montando começo, meio e fim. Visitei a praia onde
o meu velho “morou” e ouvi aquilo que os moradores tinham para me contar a
respeito do lugar.
[...]
Ao
longo dos anos, a voz dos que leem as minhas obras tem sido peça chave em minha
carreira. E, como para mim o leitor importa, e muito, é para ele, e por causa
dele que escrevo e aprecio por demais saber que a leitura de meus textos
suscita, em alguns, ora gargalhadas, ora lágrimas. E isso não tem preço.
a autora
Considerações finais
.
Para saber mais sobre essa obra apaixonante,
é só comprar o livro para ler, e compre dois exemplares, viu? Pois se você
emprestá-lo, a pessoa que te pediu pra ler não vai te devolver, isso é fato,
isso frequentemente acontece com as obras dessa autora. Ela própria me contou
que já recebeu várias reclamações sobre isso; portanto: previna-se.
Espero que minha matéria
tenha contribuído para deixar você com muita vontade de ler essa
obra.
Big beijo da Marina. UAU!
Fonte: O velho e a
Menina
Oito Editora, Natal,
2014,142 p.
Texto de Marina
Bravia
Imagem da capa e