poesia de Cecilia Meireles
Eu não tinha este rosto de hoje,
assim calmo, assim triste, assim magro,
nem estes olhos tão vazios,
nem o lábio amargo.
Eu não tinha estas mãos sem força,
tão paradas e frias e mortas;
eu não tinha este coração
que nem se mostra.
Eu não dei por esta mudança,
tão simples, tão certa, tão fácil:
- Em que espelho ficou perdida a minha face?
.
Fonte:Cecilia Meireles.
Antologia Poetica.
L&PM, 2010
.
A grande Poeta Cecília Benevides de Carvalho Meireles ou tão somente Cecília Meireles, nasceu em 7 de novembro de 1901, no Rio de Janeiro. Órfã ainda criança, foi educada pela avó materna. Professora primária formada em 1917, dedicou-se ao magistério. Em 1919 publicou seu primeiro livro de poesias, Espectros, de tendência parnasiana. A partir dos livros Viagem (1939) e Vaga Música (1942), alcançou a maturidade literária, inspirando-se principalmente no simbolismo. Seu estilo, extremamente pessoal, dificulta a classificação de sua obra em uma escola literária específica, no entanto, o nome dessa ilustre poeta fulgura entre os principais autores do modernismo. Lírica, intimista e mística, abordou os temas da precariedade da vida, do amor, da morte e da fugacidade do tempo. Morreu no Rio de Janeiro, em 9 de novembro de 1964.
Tem seus Motivos...
ResponderExcluirNem alegre nem triste...
Grande Poeta!
Porque esse povo só escreve coisas tristes?
ResponderExcluirPorque quando estão alegres saem para se divertir com os amigos e não têm tempo de escrever. Quando estão tristes então não saem de casa, se escondem dos amigos e trancados no quarto, escrevem a poesia que nasce das entranhas dos poetas.
ResponderExcluirLegal seu comentário, Marina, gostei.
ExcluirConcordo que é quando se está triste é que se escreve as mais belas coisas.