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quarta-feira, 27 de abril de 2011

Uma Questão Delicada

Oi pessoal, sou Marina Bravia, esposa, mãe, dona de casa, professora, escritora e dona de dois cachorros maravilhosos. Aliás, todo cachorro que tem dono sempre é maravilhoso, o dono e o cachorro. Pois é, após um feriado comprido sossegado, um sobrinho me chega com uma questão delicada: – Tia, explique o que é orgasmo? Bom, Essa coisa de olhar no dicionário o significado das palavras não dá muito certo, às vezes, torna a coisa até mais complicada. Mas, tomando como base um trechinho do dicionário, a parte que diz “Grau máximo de excitação”, dá para gente completar o resto com nossas próprias palavras. Então, vamos lá. Tive um grau máximo de excitação nesse feriadão de 4 dias. UAU! Como dizem os adolescentes, foi D+.  A família toda resolveu ir para a praia passar nada menos que os quatro dias por lá. Como vivemos num mundo no qual roubar é até uma profissão, e os roubadores levam seu trabalho muito a sério num feriado prolongado, alguém tem que ficar como vigia da própria casa. Fiquei, e todos partiram alegres e barulhentos. Eu não via a hora de dizer “divirtam-se!” e sequer me preocupei em fazer cara de pesares porque tinha sido a sorteada pra ficar. Ai que alivio! Que “grau máximo de excitação” saber que tinha 4 dias para ser eu mesma, no silêncio de uma casa inteirinha só pra mim, para eu fazer as coisas que gosto: ler a vontade sem pedir silêncio, sem ter que interromper para cumprir horários, podendo ver filmes favoritos em inglês e espanhol a qualquer hora, sem ninguém por perto para pedir para eu voltar para o português, sem horário para fazer nenhuma obrigação como mãe, esposa, professora ou dona de casa, etc... e depois, no final do dia, sair da toca tranquila e calma para dar a comida dos cachorros que já vem prontinha e não tenho sequer que esquentar. E ainda vê-los mortos de felizes porque vou sentar ao lado deles por algum tempo e eles adoram minha companhia, seja para conversar, brincar, reclamar, gritar ou ficar apenas sentada sem dizer absolutamente NADA! Eles simplesmente não vão cobrar nada, tampouco ficar cheios de queixas sobre o que faço ou deixo de fazer. UAU!! Não é D+?!!! Pois é. Com base em minhas experiências de anos e anos de vida como filha, esposa, mãe, dona de casa, aluna, professora, escritora e dona de cachorros, momento de folga total assim, é a melhor definição para a tal excitação máxima. É sim, porque nesse caso, você pode realmente relaxar e evitar o estresse, e ser a pessoa tranquila que no fundo você é, mas que não lhe deixam ser e ainda lhe julgam injustamente e lhe denominam como sendo “A CHATA”. Nossa isso realmente é o máximo!!! Agora pra completar minha definição, acrescento a isso mais uma coisinha: esse grau de excitação máxima pode variar de mulher para mulher, isso vai depender da necessidade e do passatempo favorito de cada pessoa. Compreendeu, querido sobrinho?


Texto de Marina Bravia
Revisão de Manoel Clézio
Fotografia de Rafaela Medeiros

9 comentários:

  1. Excelente crônica. Que criatividade, que facilidade para escrever. É assim que fazem os escritores de talento: pegam um assunto simples do cotidiano e transformam em literatura.

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  2. É uma crônica interessante. Pra quem gosta de ler e escrever é bom ficar no silêncio da solidão e ainda se divertir lendo e escrevendo. Como dizia meu avô quem gosta de ler e escrever prefere ficar sozinho. Já eu prefiro dar uma viajada boa para me divertir e tirar o estresse no meio do barulho, ouvindo os outros.

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  3. Eu também gosto da solidão e do silêncio, de vez em quando. Mas também valorizo a vida social, o convívio com irmãos e amigos, conversar e aprender, fazer novas amizades etc.

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  4. Ao que parece, as pessoas só estão vendo na crônica o fato da narradora ter preferido ficar sozinha num feriado prolongado achando que isso é coisa de escritor, não deixa de ser, mas fazendo uma análise literária-terapeutica-cientifica, arisco a dizer que a crônica revela a fuga do real, no qual a narradora Marina pode está vivendo um momento de tensão e estresse, ou de alguma carência. Assim sendo, não está se sentindo compreendida, porque as pessoas ao invés de ajudar evitando mais estresse, ficam criticando ou cobrando coisas que no momento ela não pode fazer, não pode ser ou não pode dar.

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  5. É isso ai Leon! Ótima análise, até parece que vc é letrado mesmo. kkkkk

    Sim, o papel de parede ficou muito legal. Foi vc tbm Leon?

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  6. leon vc é D+!!!!És escritor,psicólogo,analista,fantoche...és tudo de bom.Entendo perfeitamente o q/ a escritora escreveu,as vezes preciso desse grau de excitação e ñ tenho,ou melhor ñ me deixam ter.Essa resposta ficou claríssima para o sobrinho.O meu foi bem pior,olha só a pergunta.Tia o que é F...,eu disse q/ no momento ñ sabia e q/ iria procurar saber,e agora?sei q/ ele ouviu no campo de futebol.Amei a crõnica,parabéns Marina.

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  7. (Risos) Obrigada, Nadijane querida, pelas gentis palavras. Seus comentários são sempre divertidos e sua participação fundamental. Parentes, amigos e conhecidos me dizem que sempre visitam e lêem o Nosso Literário Bloguinho, no entanto, alguns nunca deixam nenhum comentário, já você nos visita e deixa comentários em todas as postagens. Recebo isso como uma calorosa demonstração de carinho e a amizade. Quanto ao seu sobrinho, vamos pensar numa respostinha para ele. Obrigada e receba meu abraço sincero.

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  8. Olá pessoal...quisera eu ter conhecimento de causa para enriquecer a discussão mas o que posso é apena dar meu parecer do ponto de vista literário e estrutural, rs. Gosto de texto bem escritos, que façam o leitor acompanhar tim tim por tim tim os fatos, o raciocínio lógico e este é um deles. Não conheço o blog inteiro ainda mas pretendo ficar por aqui fuçando um pouquinho. Quero agradecer a Margarete pela visita ao meu blog e quero estender esse convite aos outros componentes. Sentia necessidade de escrever, de expressar e divagar coisas que fujam à escrita acadêmica, essa que nos seca tanto as veias literárias e então resolvi criar o rabiscosaquatromaos.blogspot.com e confesso que me encantei com o mundo dos blogs, com os artistas que encontro por aqui. Adorei o blog de vocês e prometo visita-los sempre... Abração

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  9. Compreendo perfeitamente o desabafo da escritora e acabo de desistir de minha futura carreira escritorária. E vou pensar bem se quero ser mãe, esposa etc, porque? Ora essa, imagina Eu, Aninha Dicaprio, ficar estressada com todas as funções que as mulheres casadas mãe de filhos desempenham a ponto de ficar enclausurada em casa num feriado prolongado sem me exibir para ninguém?! Nam... nam...nam. Um escritor se esconde porque ele só necessitia que sua arte apareça, já eu preciso aparecer. Portanto, onde tiver gentii ali estou. Outra coisa: prefiro estressar a ser estressada. HAHAHA.

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